Importante: Em virtude de ser um tema de grande relevância, e observando alguns detalhes que ficou de fora, vamos repetir essa segunda parte.
Apocalipse Parte – 2
AS COISAS QUE SÃO
Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas. Ap 1:19
Por ser tema de um dos livros tido como o emblemático e misterioso da Bíblia, que no entendimento de muita gente até hoje apavora a humanidade, e é capaz de enlouquecer as pessoas que o lêem. O Apocalipse é o oposto a tudo isso. Ele não é emblemático e nem enlouquecedor, porque a palavra na sua origem significa revelar, descobrir, levantar uma cortina para ver o que estava encoberto. A mesma palavra é repetida pelo menos 16 vezes espalhada nos livros de Lc, Rm, 1Co – 2Co – Gl – Ef – 2Ts – 1Pe., porém ganhou o título de um livro quando trouxe as claras.
O significado de Apocalipse é: Jesus levantou a cortina e mostrou, revelou a João o que estava encoberto e escondido sobre as coisas que já estavam em andamento, como as que viriam logo em seguida. A curiosidade que os discípulos e apóstolos tiveram em Mateus e Atos, acerca de quando o Messias viria e restauraria Israel, Jesus revela a João, porque até aquele dia ainda estava oculto a Ele.
João recebeu a revelação de muitas profecias do velho e novo testamento, entregues por profetas e apóstolos, o que não seria possível a ninguém sem a ajuda de Jesus.
Em que tempo ainda estamos?
Necessitamos nos situar no tempo cronológico e dos fatos revelados por Jesus a João para termos o cuidado de não antecipar certos acontecimentos descritos no livro para a nossa época. Isto é muito importante para evitar as especulações, os terrorismos e tudo mais que pode-se colocar ao redor desse tema. De coloco; a maior parte dos acontecimentos trágicos pelos quais a humanidade viverá, os salvos em Cristo não experimentaram.
Jesus disse: “Escreve as coisas que são”. Está é a única parte do apocalipse que está se cumprindo desde o dia da sua revelação até o dia de hoje, quando terminar essa parte, vem aquelas coisas que acontecerão depois dela. Após João escrever sobre as coisas que são, ele ouve uma voz o chamando para o céu, e de lá ver todas as coisas que hão de acontecer em seguida.
O que estava acontecendo nos dias de João? Ap 1:9-11
Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus. Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, dizendo: O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.
A primeira parte da revelação de Jesus a João é sobre o que estava acontecendo em seu tempo. A revelação não tem a ver com guerras e fome, com o povo de Israel ou com os ataques de Satanás ao mundo, a revelação começa com um forte confronto ao estado de vida espiritual em que se encontrava as sete igrejas da Asia naqueles dias; algumas estavam indo bem enquanto outras muito distantes do que o Senhor tinha mente, quando junto com seu grupo apostólico, trouxe ao conhecimento deles a cultura do seu reino.
A real situação de cada uma delas exposta pelo Senhor a João, aprovação e desaprovação de suas obras, escrita pelo apóstolo e enviada à todas as igrejas, não deve ser ignorada por nós e nem pelas gerações de salvos que ainda vão pisar nesta terra. Por que? Porque os confrontos, advertências às atividades espiritualmente absurdas, e a plena satisfação de Jesus em obediência à Palavra dirigidos a elas, servem para todos os tempos, e podem ser encontradas em qualquer época e lugar do mundo.
Com quem começa a revelação? Ap 1:12-16
Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.
“As coisas que são”, começam a serem reveladas, inesperadamente João, preso em uma ilha, se vê em um ambiente cercado de símbolos à sua volta, entre eles estão sete candelabros de ouro – sete estrelas em uma mão direita – uma espada afiada que saia de uma boca – Um ser sobrenatural presente neste cenário. Do que se trata? Pra quem estes símbolos estão apontando? A revelação envolve Jesus, as sete estrelas que são sete anjos, os sete candelabros de ouro que são as sete igrejas, a espada que é a Palavra, o poder direto de Cristo para tratar com sua propriedade.
Vale a pena lembrar, que os mistérios de Deus revelados a João são apresentados por meio de símbolos, como já falei os símbolos não são misteriosos, é importante entendermos que todos os símbolos trazem em si mesmo a natureza e o caráter de cada um apresentado pela própria Bíblia. Portanto não necessitamos ficar tentando descobrir o que Jesus está revelando através de cada símbolo inventando significados sem ligação com os fatos apresentados.
Como estavam as igrejas
As sete igrejas da Asia menor, Turquia nos dias de hoje, como a igreja de Cristo presente em qualquer cidade, representada pelo candelabro de ouro, define para nos sua natureza, valor e propósito. Para Jesus nós somos de grande grande valor, somos eternos e servimos a ele como luz que clareia o mundo em trevas espirituais.
As cartas e todo o restante do livro foram enviadas às sete igrejas, algumas estavam no padrão, e foram elogiadas, mas a maioria não estava em conformidade e alinhadas com o coração de Jesus. Suas obras más diante do Senhor, viviam do que não lhes era próprio, serviam a propósitos equivocados diante do extremo valor que lhes foi dado pelo sangue do cordeiro. Encontramos nessas igrejas aceitação do pecado, doutrinas de Satanás, completa independência do Senhor e imoralidade sexual.
Parte das Igrejas estavam em desordem espiritual, desqualificadas para o seu propósito de existência, não expressava ao mundo sua real identidade. A severidade com que Jesus dirigiu-se às cinco das sete igrejas, tinha um destinatário em específico, o juízo de condenação pesava sobre o anjo da Igreja, caso ele não se arrependesse, e corrigisse os desvios que desfiguraram a imagem perfeita de Sua pessoa.
Igrejas lideradas por anjos é isso?
Seriam os líderes destas igrejas anjos, seres celestiais que mais uma vez falharam no cumprimento de seu significado, enviados por Deus para edificar uma igreja de vencedores em lugar dos homens? Obviamente que não, os líderes da Igreja eram homens escolhidos pelo Senhor para edificarem o Seu precioso rebanho.
O pastor na figura de anjo mostra em primeiro mão o quanto um homem comum, quando ungido pelo Senhor para ocupar a função de liderança na igreja, ensinar as pessoas sobre Cristo e treina-las para a obra do ministério, é honrado em Seu reino de glória. Não são anjos em sua estrutura angelical, mas possuem o encargo dos anjos, são mensageiros e ministros do Senhor.
Os anjos, pastores, também aparecem como estrelas, que espalhadas pelo céu iluminam à terra. Os pastores neste aspecto se encaixam no simbolismo como homens que devem resplandecer como astros no mundo, como por toda a Bíblia pode-se ver, os anjos são seres que operam com poder e autoridade na terra representando o Senhor, portanto na visão de João, Jesus revela que os homens com ministério de liderança na igreja, estão investidos de poder e autoridade para agir na igreja.
O que estava acontecendo naquelas dias é que as doutrinas, costumes e comportamentos da igreja em desarmonia com a cultura do reino, semeada pelos irmãos ou por grupos que vieram estabeleceram suas normas de conduta espiritual, não foram confrontadas pelos pastores daquelas igreja, eles não usaram o poder e a autoridade da Palavra que Jesus lhes havia dado, como anjos, para confrontar e expulsar do meio da Igreja o que não fazia parte de sua natureza e propósito.
Paulo profetiza a Timóteo sobre esse tempo – 1Tm 4:1-2
Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,
A revelação que Jesus dá a João é surpreendente; os pastores de cinco das sete igrejas, caso não usassem o poder e autoridade que receberam do Senhor sobre o pecado e o mover de Satanás em suas congregações, seriam removidos dos seus castiçais, a igreja, e substituídos. Quanta gente que você deve conhecer que hoje não são mais pastores? Não é porque mentirão, roubaram ou caíram na imoralidade sexual, mas porque não usaram o poder do Espírito Santo e a autoridade da palavra para proteger a noiva da corrupção. Acredito que para manter seus prédios cheios e não perder o dinheiro de ninguém.
Um fato do velho testamento respalda o do novo – 1Sm 2:29-30
Por que pisais aos pés os meus sacrifícios e as minhas ofertas de manjares, que ordenei se me fizessem na minha morada? E, tu, por que honras a teus filhos mais do que a mim, para tu e eles vos engordardes das melhores de todas as ofertas do meu povo de Israel? Portanto, diz o SENHOR, Deus de Israel: Na verdade, dissera eu que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o SENHOR: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos.
O sacerdote Elí, tinha sobre ele o sacerdócio geracional sobre todo Israel, porém ele resolveu tolerar o pecado de imoralidade de seus filhos dentro da Igreja, a tolerância custou ao sacerdote a continuidade do exercício sacerdotal de suas próximas gerações, foi removido pelo Senhor.
Muito importante – 1Sm 26:9-11
Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR e fique inocente? Acrescentou Davi: Tão certo como vive o SENHOR, este o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou em que, descendo à batalha, seja morto. O SENHOR me guarde de que eu estenda a mão contra o seu ungido; agora, porém, toma a lança que está à sua cabeceira e a bilha da água, e vamo-nos.
Jesus é quem sustenta os pastores, é Ele, e somente Ele quem os julga pela sua Palavra, e remove seus anjos do posto de poder e autoridade, ninguém mais deve ou pode fazer isso. Infelizmente há muitos irmãos que tocam na vida do pastor, desprezam, criticam e perseguem-no dia a dia na igreja.
Os sete anjos – Eles estão na mão direita de Jesus, isto significa que eles operam debaixo de seu poder e autoridade, e o mais importante é que enquanto olhamos para eles como pessoas comuns, homens ou mulheres como qualquer outro, o Senhor não os tem como a maioria de nós, mas como um dos seus anjos na terra, seu mensageiro.
Entenda uma coisa, Saul era uma homem comum, porém o dia em que o Senhor deu a ele poder e autoridade, tornou-se rei sobre Israel. Ele perdeu o poder e autoridade, mas permaneceu no trono, perseguiu e tentou matar Davi varias vezes, porém mesmo assim, tendo a oportunidade de mata-lo Davi exitou. Por que? Porque entendia que Saul era sustentado pela Mãos de Deus, e só o Senhor poderia remove-lo. Tocar no ungido traria grande mau à sua vida.
Conclusão – Ap 4:1
Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.
Na revelação, o apocalipse das coisas que estavam acontecendo, e as que haveriam de acontecer, Jesus priorizou a Igreja e o ministério dos pastores, homens que o Senhor escolheu e deu-lhes poder e autoridade. Não toque neles. Orem por eles, e os remanescentes os ajudem a corrigir os males que estão destorcendo o caráter da Igreja.
A partir do próximo domingo vamos começar a falar das coisas que depois dessa primeira há de vir: A grande tribulação e os quatro cavalos coloridos e seus cavaleiros.